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Os gemólogos Chang He Ok e Rui Galopim de Carvalho com os participantes do wokshop |
As semelhanças e as diferenças entre o diamante e a moissanita sintética foram minuciosamente mostradas durante o workshop "Moissanita Sintética - Identificação Visual do Mais Perfeito Substituto do Diamante", realizado em março na AJORIO, com o gemólogo português Rui Galopim de Carvalho. Oferecido pela AJORIO e pelo SEBRAE-RJ, em mais uma ação do APL Jóia Carioca, o workshop atraiu participantes também de outros estados, já que as propriedades da gema sintética ainda são relativamente pouco conhecidas entre nós.
Rui, que é embaixador do ICA - International Colored Stone Association -, explicou que a gema sintética vem aparecendo nos mercados internacionais desde 1995. Sua elevada dureza e brilho conferem à sua superfície um aspecto muito semelhante ao do diamante, o que favorece os casos de moissanitas sendo oferecidas como diamantes. Daí a importância para o mercado da difusão das formas corretas de avaliação.
Com o auxílio de instrumentos de precisão, os participantes puderam avaliar, através de atividades teóricas e práticas, os principais critérios que devem ser levados em consideração, como brilho, cor, caráter ótico, qualidade da lapidação, características externas (qualidade do polimento, riscos, cavidades, fraturas) e características internas como inclusões e clivagens, para um diagnóstico final preciso.
Segundo os participantes, esse foi o primeiro curso prático realizado no país sobre a moissanita e, por isso, muito importante, já que a gema sintética tem aparecido no Brasil com alguma freqüência como se fosse diamante. Foi o que motivou Celso da Rosa Paiva, avaliador executivo da Caixa Econômica Federal, de Joinvile, SC, a participar do workshop. "A moissanita para nós é nova e precisamos ter segurança na hora de avaliar uma jóia", disse ele.
A especialista Rosane de Araújo Jorge Galvão, que treina avaliadores para o penhor da Caixa, diz que já se deparou com a apresentação de jóias com moissanita como se fossem de diamantes e alerta para a necessidade de mais conhecimentos sobre a gema. O joalheiro Wilson de Paula, da Ludovico Jóias, de Teresópolis concorda: "já ouvimos falar da moissanita, mas não sabíamos como identificar, esse trabalho é inédito, foi muito importante", concluiu ele.
O avaliador executivo da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro, Carlos Henrique da Silva de Lima e Silva, também já encontrou moissanita sendo oferecida como diamante. Segundo ele, pelo ineditismo do tema, vários profissionais têm interesse em fazer o treinamento. "Acho que a AJORIO deveria dar continuidade a esse projeto, realizando novos workshops sobre a moissanita sintética", finalizou Carlos Henrique.