Com duas peças da série Armadura, Paula Mourão representa o Brasil na II Bienal Latino-americana de Joalheria Contemporânea, que começou em 14 de setembro e segue até 4 de novembro no Museu de Arte Popular José Hernandez, em Buenos Aires. Herdeira de Caio Mourão, precursor da movimento no Brasil, Paula criou o colar e a pulseira feitos com ferro e solda elétrica que encantaram os curadores e foram selecionados para a exposição Vecinos, que reúne obras de 123 artistas de toda a América Latina.
A criação surgiu com a experimentação de materiais alternativos herdados de seu pai, Caio Mourão. Posteriormente, ela associou outros, como o esmalte e a borracha. “São várias as possibilidades. As armaduras são fragmentos de um todo”, explica.
Segundo a organização da Bienal, o tema da mostra justifica a proximidade cultural. “Ligados uns aos outros por proximidade física ou conceitual, pessoas, países, cores, ideias, objetos são reconhecidos como vizinhos. A ideia de vizinho é a de proximidade e fronteira, vínculo e separação, semelhança e diferença”,
Quem também marca presença na Bienal é a designer Lara Mader, da Joyá, loja em Ipanema que reúne uma nova geração de joalheiros. Os anéis da coleção Texturas foram selecionados para a mostra “Aquilo que abraça”, dedicada à joalheria contemporânea brasileira. Inaugurada em 18 de setembro, ela fica em cartaz até 12 de outubro no Centro Cultural Brasil Argentina.
Anéis Lara Mader |
A linha Texturas nasceu a partir das joias em formato de bichinhos, como seu famoso anel de unicórnio, que inspiraram Lara a criar anéis com texturas de animais como camaleão, cobra e jacaré. Há seis anos, Lara Mader divide seu tempo entre a criação e a administração da Joyá, espaço em Ipanema dedicado à exposição, divulgação e venda do trabalho de novos designer cariocas.
A exposição “Aquilo que Abraça” reúne artistas interessados no corpo como suporte e forma de expressão. Foram selecionados 43 artistas que apresentaram mais de 70 peças criadas com diferentes formatos e materiais, e que tem o abraço como fio condutor e mote da curadoria.